A fise ou placa de crescimento é a região do osso presente nas crianças e adolescentes que é responsável pelo crescimento ósseo. A presença da fise é a principal diferença entre os ossos na infância e nos adultos e que torna a abordagem nas fraturas dessas faixas etárias diferentes.
As lesões da fise/placa de crescimentos correspondem de 15 a 30 % das fraturas em crianças e adolescentes, sendo o pico de incidência durante a adolescência. A lesão fisária mais comum é das falanges das mãos, correspondendo a aproximadamente 30% de todas lesões fisárias. A maior preocupação é ocorrer uma deformidade por alterar o desenvolvimento do osso, mas apenas em 1 a 10% das lesões fisárias tem deformidade como consequência.
A fise é composta por células condroblastos, fibroblastos e condrócitos que contribuem para o crescimento ósseo e integridade da fise. Subdivide-se a fise em 4 zonas: germinativa, proliferativa, hipertrófica e de ossificação encondral. A zona mais fraca é a zona hipertrófica, sendo a região mais comum de lesões.
Classifica-se as lesões fisárias conforme Salter Harris:
- Tipo I: fratura transversa através da fise. Corresponde a 6% das lesões fisárias. A cicatrização ocorre em 2 a 3 semanas e raramente causa alguma sequela no crescimento.
- Tipo II: a mais comum, correspondendo a aproximadamente 75% das lesões fisárias. Fratura transversa de parte da fise que termina oblíqua ou vertical na metáfise. Distúrbios do crescimento são raros.
- Tipo III: o traço da fratura cruza a zona hipertrófica da fise e termina na epífise, o que a torna uma fratura articular e requer redução anatômica.
- Tipo IV: a fratura cruza a fise se extendendo da metáfise até a epífise.
- Tipo V: é uma compreensão da placa de crescimento. Tem os piores resultados dentre as lesões fisárias, porém é a mais rara de todas.
Nessas lesões, o principal objetivo do tratamento é atingir e manter a melhor redução sem lesionar a zona germinativa da fise, que é a principal região responsável pelo crescimento ósseo, mantendo assim a capacidade de remodelação óssea. Temos que lembrar ainda que a principal complicação das lesões fisárias são as deformidades ósseas. Por isso, muitas vezes, é importante um acompanhamento com Ortopedista Pediátrico a longo prazo.