A região do úmero (osso do braço) distal acima dos côndilos e que fica um pouco acima da articulação do cotovelo é chamada de supracondiliana. A fratura que ocorre nesse local é o tipo mais comum dentre as fraturas ao redor do cotovelo nas crianças e adolescentes – aproximadamente 50 a 70%. As idades mais comuns de ocorrer essa fratura são entre 3 e 10 anos. O risco de deformidade e lesão neurovascular são complicações que tornam a fratura supracondiliana do úmero uma lesão grave!
O movimento mais comum (95-98%) para ocorrer a fratura supracondiliana é a queda sobre a mão espalmada e o cotovelo hiperextendido/esticado. O diagnóstico pode ser tanto óbvio como quase impossível dependendo do desvio do osso após a fratura. Nas fraturas óbvias, não podemos esquecer de avaliar lesões neurovasculares que podem estar presente em 10-15% dos casos. O diagnóstico da fratura é confirmado pela radiografia e o exame correto é importante para a melhor decisão cirúrgica – “raio-x ruim leva a decisões ruins”.
O tratamento das fraturas supracondilianas pode ser tanto conservador (tala, gesso) quanto cirúrgico. A decisão dependerá do padrão da fratura. O atendimento imediato após a fratura é de extrema importância pelo risco de lesões associadas a essa fratura – não hesite em procurar o pronto socorro mais próximo em caso suspeito de fratura.
Um estudo comparando o tratamento cirúrgico das fraturas supracondilianas operadas pelo traumatologista geral e por ortopedistas pediátricos mostrou que os casos submetidos a tratamento com o traumatologista geral têm 4 vezes mais chances de ter fixação inadequada e 10 vezes mais chances de ter redução da fratura por via aberta, evidenciando a importância do tratamento com o ortopedista pediátrico se possível.