As lesões pelos raios da roda da bicicleta ocorrem quando o pé é colocado no meio da roda em movimento, ocorrendo um trauma torsional do pé, tornozelo e perna. É um trauma comum na infância principalmente quando as crianças são passageiras na bicicleta, ocorrendo sua maioria com crianças entre 3 a 5 anos.
A lesão pode ter gravidade variável, podendo ser uma escoriação, perda de pele com exposição ou não de tecidos profundos, fraturas e até mesmo amputação. Muitas vezes a lesão inicial é aparentemente pouco grave, pode evoluir para uma lesão maior no decorrer dos dias devido por necrose secundária a má vascularização dos tecidos ao redor do pé e do tornozelo.
Normalmente existem três mecanismos da lesão pelos raios da bicicleta: (1) lacerações pelo garfo da bicicleta como ação dos raios da bicicleta; (2) esmagamento pelo choque entre a roda e o garfo da bicicleta; e (3) lesão por cisalhamento de uma combinação das duas forças acima. A laceração geralmente envolve os maléolos, a área do tendão de Aquiles do calcanhar ou o dorso do pé. A perda de tecido sobre os maléolos pode ser completa e, às vezes, pode incluir o periósteo (tecido que recobre o osso). Os tendões podem ficar expostos. O fechamento da ferida com sutura comumente leva à deiscência da ferida e à cicatrização prolongada. O cisalhamento produzido pelo estiramento abrupto do tecido mole ao redor do tornozelo não apenas separa as camadas de tecido e interrompe o suprimento de sangue, mas também pode ser o mecanismo pelo qual ocorrem as fraturas.
Essas lesões podem ser prevenidas ao usar cadeirinhas apropriadas para o uso em bicicletas com protetores para os membros inferiores.